Todo professor tem um momento em que deixa de apenas ensinar e começa a viver aquilo que sempre defendeu em sala de aula. Para Thaís, fundadora do Dream It, esse momento foi o intercâmbio.
Mais do que um intercâmbio em inglês (algo que ela já dominava), Thaís queria viver o que muitos de seus alunos sonham: a experiência de estudar no exterior, lidar com outras culturas, se redescobrir em um novo país. E ela fez isso já depois de adulta, como mãe, empreendedora e profissional da educação.
Nesta entrevista, ela compartilha os bastidores da sua jornada: os medos, as descobertas, os aprendizados e, principalmente, as transformações que um intercâmbio pode gerar. O que você vai ler aqui não é só um relato pessoal. É um convite para pais, alunos e educadores refletirem sobre o verdadeiro poder de sair da zona de conforto — e como isso impacta profundamente o aprendizado de um novo idioma.
1. O que te motivou a fazer um intercâmbio mesmo depois de adulta?
“Como sou professora de inglês, o intercâmbio para mim era uma coisa que não poderia ser tirada da minha lista, né? Não pela questão de aprender o inglês em si, porque como eu sempre digo, é possível aprender inglês no Brasil, mas pela troca cultural, pela própria experiência, em um país que você vai estudar, sair da sala e já usar a língua, né?
Eu sempre estudei em curso, universidade, e tinha que criar meus meios de ter contato com nativos. Então, o intercâmbio era um must do para a minha carreira e para minha vida pessoal.”
2. Você sempre quis um intercâmbio em inglês ou foi uma oportunidade que surgiu?
“Sempre quis, desde que comecei a estudar inglês. Nunca tive interesse em programas como o Au Pair, queria algo mais curto, voltado para estudo mesmo. Cheguei a tentar um programa universitário de três meses, mas na época tive receio, minha família também, e não fui.
Mais tarde, engravidei, veio a pandemia… Quando firmamos parceria com a EGALI, tudo ficou mais acessível, consegui finalmente realizar esse sonho.”
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3. Como foi o processo para sair do país? Algum detalhe que não te contaram?
“Com a agência, recebi orientações e pesquisei muito. A parte prática foi tranquila. O que ninguém fala muito é sobre o preparo emocional. Senti muito a distância da minha filha. É importante se preparar emocionalmente, saber que é um período e que vale a pena.”
4. Qual foi a maior surpresa (positiva ou negativa) ao chegar no país?
“A surpresa positiva foi o acolhimento — todo mundo muito solícito, disposto a ajudar. A negativa foi o calor. Pegamos uma onda de calor na Europa, cheguei a passar duas noites sem dormir direito.”
5. Que tipo de desafios você enfrentou em seu primeiro intercâmbio em inglês?
“Os maiores desafios foram pessoais. Minha irmã ficou em outra acomodação. A distância nos deixou um pouco inseguras. Eu sempre tive dificuldade de me localizar. Andar sozinha, pegar metrô… isso me testou. Mas aprendi muito: que o medo limita e que, muitas vezes, ele não é racional.”
6. Qual foi a sua modalidade de intercâmbio?
“Fiquei duas semanas, com aulas todos os dias de 9h30 às 12h30. Era um curso de inglês geral, com provas, tarefas de casa, tudo bem estruturado.”
7. O que você aprendeu sobre você mesma durante o intercâmbio?
“Mesmo em duas semanas, cresci muito. Tive um reencontro com minha fé, percebi que Deus está comigo em qualquer lugar. E também aprendi a não deixar o medo me limitar.”
8. Teve algum momento marcante ou uma história que você quer lembrar para sempre?
“Sim, a visita a Cambridge. Eu brincava que minhas provas tinham ido para a Inglaterra, mas eu não. Conhecer as universidades, ver o brasão, os castelos… foi muito emocionante.”
9. Além do inglês, que habilidades e aprendizados ficaram dessa experiência?
“Desenvolvi autonomia, empatia, autoconhecimento. Aprendi a resolver problemas, a enfrentar medos, a confiar mais em mim.”
10. Como essa vivência impactou sua forma de ensinar hoje?
“Conversei muito com outros intercambistas e percebi o quanto o Dream It tem compromisso com a qualidade. Lá, as aulas eram boas, mas aqui usamos muito mais criatividade, metodologia ativa e planejamento. Uma aluna até me disse: ‘Thaís, o Dream It não está devendo em nada’.”
11. Que conselhos você daria para quem tem medo ou dúvidas sobre intercâmbio em inglês?
“Se você tem medo, prepare-se. Planejamento é tudo. Vá com seguro, apoio, agência. Vá em grupo se for mais inseguro. Conheça seu perfil de viagem: gosta de se virar sozinho ou prefere apoio? Eu, por exemplo, não deixaria minha irmã em outra acomodação novamente. Mas mesmo com medos, vale a pena.”
12. Por que você acredita que o intercâmbio em inglês é tão transformadora para um aluno da Dream It?
“Porque ela vai além do idioma. É vivência, superação, crescimento. É uma chance de colocar em prática o que aprendeu e voltar com um novo olhar sobre o mundo — e sobre si mesmo.”